Nas cidades e aldeias afegãs, há raparigas que se movimentam livremente e sem medo de represálias.
Num país onde a mulher não tem valor nem privilégios, há meninas que vão à escola e brincam na rua.
Elas existem, mas ninguém sabe quem são. Porquê?
Porque estão disfarçadas de rapazes.
São as suas próprias famílias a fazê-lo ao abrigo de uma tradição secreta ancestral chamada "bacha posh".
Para uma família afegã, não ter filhos varões é uma tragédia.
De forma a contornar este estigma, muitos vestem e apresentam ao mundo as suas filhas como se fossem rapazes.
Mas este estado de graça só dura até à puberdade, altura em que são obrigadas a assumir a sua identidade feminina.
Para as meninas que tiveram um vislumbre de autonomia, o choque é dilacerante.
A jornalista premiada Jenny Nordberg deparou-se com este costume e ficou fascinada.
Pouco a pouco, conseguiu reunir um grupo de mulheres corajosas.
Os seus testemunhos são fascinantes e dão-nos uma perspectiva totalmente nova sobre o que significa ser mulher e os sacrifícios a que obriga ainda nos dias de hoje.
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