terça-feira, 17 de março de 2015

Claudia Carroll - Malmequer, bem-me-quer

Lorde Jack Davenport, jogador inveterado, acaba de abandonar a família, a excêntrica Lucasta, a sua mulher, e as duas filhas, Portia e Daisy, levando consigo o pouco dinheiro que possuíam e também a juvenil Sarah, ajudante de cavalariça.
Davenport Hall, a cada vez mais arruinada mansão onde vivem, outrora magnífico exemplo de arquitectura georgiana no coração do condado de Kildare, Irlanda, é mesmo tudo o que lhes resta.
Portia, a filha mais velha, gerira este património com sensatez e parcimónia, e o seu sonho seria restituir-lhe o antigo esplendor, mas agora não vê como superar mais aquela desgraça.
Felizmente, Steve, o amigo da família, um advogado tranquilo e tímido admirador de Daisy, dá-lhes um novo alento ao anunciar-lhes que uma produtora de filmes americana está disposta a pagar a peso de ouro o que considera o décor ideal para uma super produção cinematográfica.
E assim, Davenport Hall é invadido pela "crème de la crème hollywoodesca", incluindo Montana Jones, uma beldade que se revela uma rapariga com alguns problemas pessoais e à procura de reconquistar o seu público; Guy van der Post, um sex symbol que logo põe a cabeça de Daisy a girar; e ainda, Ella Hepburn, uma verdadeira lenda viva.
Entretanto, a casa ao lado é comprada por uma família de novos-ricos, com um filho muito simpático, pelo menos do ponto de vista de Portia.
A autora consegue criar, com estas e outras personagens, um enredo espirituoso e hilariante, tirando partido, com muita sagacidade, das peculiaridades destas pessoas tão diferentes entre si, que de repente se encontram a conviver numa intimidade quase caótica, em que é difícil separar a realidade da ficção.

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