A carta do marido dizia: "Para ler apenas após a minha morte".
Cecília encontrou a carta acidentalmente. Na penumbra do sotão, soube de imediato que não devia lê-la, que devia devolvê-la ao seu esconderijo, fingir nunca a ter encontrado e respeitar a vontade do marido. Afinal amava John-Paul.
Juntos, tinham três filhos e uma vida sem sobressaltos.
Argumentos que de pouco serviram perante a sua curiosidade crescente.
E quando começou a ler, o tempo parou.
A confissão de John-Paul fulminou-a como um raio, dividindo a sua vida em dois: o antes e o depois da carta. Cecília vai ficar agora perante uma escolha impossível.
Se o segredo do seu marido for revelado, tudo o que construíram será destruído.
Mas o silêncio terá um efeito igualmente devastador.
Porque há segredos com os quais não se pode viver.
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