segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Isabel Stilwell - Dona Amélia

Uma rainha não foge, não vira costas ao seu destino, ao seu país, D.Amélia de Orleães e Bragança, era uma mulher marcada pela tragédia quando embarcou, em Outubro de 1910, na Ericeira, rumo ao exílio.
Essa palavra maldita que tinha marcado a sua família e a sua infância.
O povo acolheu-a com vivas, anos antes, quando chegou a Lisboa.
Admirou a sua beleza, comentou como era alta e ficou encantado com o casamento de amor que assistiu na Igreja de São Domingos.
A princesa sentia-se uma mulher feliz.
Mas cedo começou a sentir o peso da tragédia.
O povo que a aclamou, agora criticava os seus gestos, mesmo quando eram em prol dos mais desfavorecidos.
O marido, aos poucos, afastava-se do seu coração, descobriu-lhe traições e fraquezas e nem o amor dos seus dois filhos conseguiu mitigar a dor.
Nos dias mais tristes, passava os dedos pelo colar de pérolas que D.Carlos lhe oferecera, 671 pérolas, cada uma símbolo dos momentos felizes que teimava em não esquecer.
Isabel Stilwell, autora best-seller de romances históricos, traz-nos a história da última rainha de Portugal.
D.Amélia viveu durante 24 anos num país que amou como seu, apesar de nele ter deixados enterrados uma filha prematura que morreu à nascença, o seu primogénito D.Luís Filipe, herdeiro do trono, e o marido, D.Carlos, assassinado em pleno Terreiro do Paço, a tiro de carabina e pistola.
De nada lhe valeu o ramo de rosas que tinha na mão e com o qual tentou afastar o assassino.
Outras mortes a perseguiram...
D.Amélia regressou em 1945, a convite de António de Oliveira Salazar, com quem mantinha correspondência e por quem tinha uma declarada admiração.
Morreu seis anos depois, em França, seu país natal, na cama que Columbano havia pintado para ela.
Na cabeceira estavam desenhadas as armas dos Bragança.

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