A síndrome recebeu este nome em referência ao famoso assalto ao Kreditbanken em Norrmalmstorg, Estocolmo, que durou de 23 a 28 de Agosto de 1973.
Nesse acontecimento, as vítimas continuaram a defender os seus raptores, mesmo depois dos dias de sequestro terem terminado e mostraram um comportamento reticente nos processos judiciais que se seguiram. Os reféns chegaram mesmo a usar o seu próprio corpo como escudo para proteger os criminosos.
A síndrome de Estocolmo é o nome dado a um estado psicológico particular em que uma pessoa, submetida a um tempo prolongado de intimidação, passa a ter simpatia e até mesmo amor ou amizade perante o seu agressor.
As vítimas começam por se identificar emocionalmente com os sequestradores, a princípio como mecanismo de defesa, por medo de retaliação e violência.
As tentativas de libertação são vistas como uma ameaça, porque o refém pode correr o risco de ser magoado.
É importante notar que os sintomas são consequência de um stress físico e emocional extremo.
O complexo e dúbio comportamento de afectividade e ódio em simultâneo junto dos raptores é considerado uma estratégia de sobrevivência por parte das vítimas.
É importante observar que o processo da síndrome ocorre sem que a vítima tenha consciência disso.
A mente fabrica uma estratégia ilusória para proteger a psique da vítima.
A identificação afectiva e emocional com o sequestrador acontece para proporcionar afastamento emocional da realidade perigosa e violenta a qual a pessoa está sendo submetida.
Entretanto, a vítima não se torna totalmente alheia à sua própria situação, parte da sua mente conserva-se alerta face ao perigo e é isso que faz com que a maioria das vítimas tente escapar do sequestrador num dado momento, mesmo em casos de cativeiro prolongado.
O caso mais famoso foi o de Patty Hearst, que desenvolveu a doença em 1974, após ser sequestrada durante um assalto a um banco. Depois de libertada do cativeiro, Patty junto-se aos seus raptores e tornou-se cúmplice noutros assaltos.
A síndrome pode ser desenvolvida em vítimas de sequestro, cenários de guerra, sobreviventes de campos de concentração, pessoas vítimas de violência doméstica ou que são mantidas em cativeiro pelos próprios cônjuges, mas continuam a amá-los e a defendê-los como se as agressões fossem normais.
Por isso, continuamos a ter tantas vítimas sem voz.
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