Alice parecia ter tudo para ser feliz: vivia com os pais e o irmão numa casa luxuosa, frequentava as melhores escolas.
Porém, sempre se sentiu diferente das outras crianças.
Sofria de perdas de memória, tinha pesadelos violentíssimos e as vozes que ouvia na sua cabeça pediam-lhe para se matar.
Culpou-se em silêncio durante anos até procurar um terapeuta que a ajudou a compreender o que a atormentava: múltiplas personalidades.
Quando elas se revelaram, Alice percebeu, por fim, a dimensão da sua agonia.
Cada uma das personalidades tinha as sua próprias e terríveis memórias.
Ela podia, finalmente, ter uma visão global da sua infância.
Mas o que descobriu, quase a matou.
Alice fora abusada pelo próprio pai desde os seis meses de idade.
Ao longo da sua infância, adolescência e juventude, ele violara-a centenas de vezes, tendo até permitido que outras pessoas o fizessem.
"O meu pai infligiu-me todas as perversões possíveis", conta-nos
Na adolescência, sofria de anorexia e de perturbação obsessiva-compulsiva, perturbações que eram, no fundo, silenciosos pedidos de ajuda que ela descreve corajosamente em "O inferno de Alice".
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