"Esta é a minha vida e não vou desistir de a viver".
Nascida na cidade de Cartum, no meio do deserto, Leila compreende desde cedo, que não faz parte da sociedade sudanesa.
Na escola, ela e a sua melhor amiga, Amal, são apelidades de "Filhas do pecado".
O mais próximo que tem de um lar é um orfanato severo, onde partilha a sua solidão com outras crianças abandonadas.
A sua irmã mais velha, Zulima, está casada com um homem muito mais velho, o que é por todos considerado uma sorte, uma vez que uma rapariga abandonada raramente consegue quebrar o ciclo da miséria.
Quando fazem 10 anos, Leila e Amal não têm direito a celebrar, são, sim, submetidas à mutilação genital.
Apesar de ser vítima de preconceito e considerada maldita pela sociedade, Leila é corajosa e consegue completar os estudos.
Acaba por se casar, ter quatro filhos e divorciar-se, mas mesmo já adulta, continua a viver o estigma do abandono.
Na sua luta diária, continua a procurar resposta para a pergunta: "quem sou eu?"
Esta obra maravilhosamente escrita, dá vida às cores e à sensualidade do deserto do norte de África e conta como a verdadeira amizade pode nascer em condições tão adversas.
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