quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Ariel Castro, o sequestrador de Ohio

Michelle Knight, Amanda Berry e Georgina DeJesus, foram as três vítimas dos chamados sequestros de Cleveland, no estado do Ohio, Estados Unidos, ocorridos em 2002, 2003 e 2004 respectivamente.
As três, desaparecidas e mantidas em cativeiro por um período entre 9 a 11 anos por Ariel Castro, foram libertadas no dia 6 de Maio de 2013.
Michelle Knight foi a primeira a ser sequestrada no dia 23 de Agosto de 2002, com 21 anos.
Saiu de casa de uns primos para ir a uma audiência para tentar reaver a custódia do seu filho, Joey, e aceitou a boleia de Ariel Castro, que conhecia por ser o pai de uma grande amiga sua, Emily.
Foi atraída para casa de Castro sob um falso pretexto e lá permaneceu por 11 anos contra a sua vontade. Foi a mais abusada pelo sequestrador, sendo obrigada a sofrer múltiplos abortos, necessitou posteriormente de uma reconstrução facial e terá perdido a audição num ouvido.
Michelle permaneceu amarrada, ora na cave, ora num quarto trancado no piso superior.
A polícia reconheceu ter feito poucos esforços para a encontrar por acreditarem que sendo já adulta, teria fugido por não estar a conseguir reaver o filho.
Quando foi libertada tinha 32 anos de idade.
Amanda Berry juntou-se a Michelle no dia 21 de Abril de 2003, prestes a completar 17 anos, depois de sair do trabalho num restaurante de fast-food.
Também ela aceitou uma boleia de Castro que lhe disse ter um filho a trabalhar no mesmo restaurante.
Durante o seu tempo de cativeiro, teve uma menina que nasceu no dia 25 de Dezembro de 2006 e a paternidade do sequestrador foi confirmada por testes de ADN.
O parto da criança foi feito dentro de uma pequena piscina de plástico e contou com a participação de Michelle, que foi ameaçada de morte, caso o bebé morresse no parto.
Georgina DeJesus, ou Gina, desapareceu com 14 anos no dia 2 de Abril de 2004.
Gina era a melhor amiga de outra das filhas de Castro, Arlene.
Mais uma vez, Ariel ofereceu boleia, dizendo que a levava ao encontro da filha, mas levou-a para a mesma casa onde já se encontrava Michelle e Amanda.
As três jovens sofreram constantes abusos como espancamentos e violações e viveram muito tempo sem ver a luz do dia, mal alimentadas e amarradas com correntes e ameaçadas com uma arma caso fizessem algum tipo de ruído.
Aproveitando um descuido pouco comum de Castro, que saiu de casa sem trancar uma das portas interiores, Amanda, que não estaria amarrada na altura, correu até à porta principal que dava para a rua e gritou por socorro ao mesmo tempo que dava murros e pontapés na porta.
Os vizinhos e a polícia atenderam aos gritos.
A casa foi invadida por agentes que encontraram logo Amanda que estava acompanhada da filha e descobriram Michelle e Gina no piso superior.
As quatro foram encaminhadas para o hospital para avaliações médicas.
Ariel Castro foi preso pouco depois e confessou os sequestros em detalhe e se auto-descreveu como um homem de sangue frio, viciado em sexo e sem controle sobre os seus impulsos sexuais.
Também admitiu ser o pai da filha de Amanda Berry.
Com parte de um ritual macabro, no período em que manteve as três mulheres presas, ele comemorava as datas dos sequestros de cada uma com um bolo e as deixava ver na televisão as vigílias feitas por suas famílias.
Ariel Castro, um americano descendente de porto-riquenhos, conheceu a sua esposa, Grimilda Figueroa em 1980 e depois de casados foram morar para a casa que mais tarde serviu de prisão às jovens.
O casamento tornou-se violento e em 1993, Castro foi preso por violência doméstica, mas não foi indiciado pelo tribunal.
Em 1996, a mulher deixou-o com os quatro filhos do casal sob escolta policial.
Castro trabalhou 22 anos como motorista de um autocarro de transporte escolar, sendo depois demitido por mau comportamento e por colocar em risco, com a sua condução perigosa, as crianças que transportava.
Em 1 de Agosto de 2013, o seu julgamento foi transmitido em directo pela televisão e internet.
O juíz disse-lhe: " não há lugar para si nesta cidade, neste país ou neste mundo".
Michelle Knight foi a única que se apresentou em tribunal e depôs como testemunha de acusação e disse a Castro: "o meu inferno durou 11 anos, mas o seu está apenas a começar".
Ariel foi condenado a prisão perpétua, mais mil anos, sem direito a liberdade condicional por um total de 977 crimes, entre eles, sequestro, violação, maus tratos e homicídio por ter provocado os abortos em Michelle.
A casa que serviu de cativeiro foi demolida no dia 7 de Agosto de 2013 como acordo entre a defesa de Castro e o Ministério Público para evitar a pena de morte.
No dia 3 de Setembro, pouco mais de um mês depois de iniciar o cumprimento da pena, Castro enforcou-se na sua cela individual da prisão de Ohio.
Um de seus filhos, Anthony Castro, revelou que nas suas raras visitas ao pai, ele tinha sempre trancadas certas divisões.
Monica Stephens, ex-nora de Castro, diz que nunca se sentiu confortável ao pé dele.
Foi casada com Anthony e indicou nunca ter desenvolvido uma relação próxima com o sogro, devido às histórias que ouvia do marido e da sogra de como ele lhes costumava bater, os mantinha presos dentro de casa e de como os tratava como reféns.
Michelle Knight escreveu um livro, "Depois do inferno", onde nos conta detalhadamente toda a sua vida e tudo o que viveu nas mãos do "sujeito" juntamente com Amanda e Gina.
















                                                        Georgina DeJesus
                                                           Amanda Berry
                                                              Michelle KnightAriel Castro

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